domingo, 24 de junho de 2007

Resposta do Baladaboa aos questionamentos da imprensa e da Fapesp

Por:
Maria Teresa Araujo Silva, 67, professora titular de psicologia da USP
Stella Pereira de Almeida, 43, pós-doutoranda de psicologia na USP


Todos conhecemos o problema causado por drogas de abuso, legais ou ilegais. Os meios de comunicação mostram crescente e incessantemente como esse problema afeta o tecido social não só no Brasil como em várias outras partes do mundo. Diante desse quadro, pesquisadores da área se perguntam como contribuir para minorar esse grave panorama.

Existem várias respostas a essa questão, nenhuma delas satisfatória. Uma proposta, defendida por exemplo pela revista The Economist, é legalizar as drogas atualmente proibidas. Isso evitaria o contato do usuário com traficantes e obrigaria o controle farmacológico da substância. As experiências nesse sentido são poucas e inconclusivas. Há mais dados sobre outra proposta, a proibicionista, mas experiências como a Lei Seca nos Estados Unidos indicam a deficiência dessa estratégia, abandonada devido ao aumento da corrupção e da violência ligadas ao comércio ilegal.

A prevenção pelo amedrontamento consiste em transmitir informações parciais, exacerbando malefícios (“droga mata”) de modo dramático. Além de comprovadamente ineficaz, pois não leva à diminuição do consumo, esse modelo freqüentemente desmoraliza o agente de prevenção e prejudica futuras ações antidrogas. Ainda assim, é bastante utilizado no Brasil. Em nosso trabalho, que vem sendo considerado em certos veículos de comunicação como um incentivo ao uso de drogas, adotamos como estratégia preventiva a Redução de Danos (RD).

Apoiada pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria Nacional Antidrogas, a RD parte do princípio de que, quando impossível a erradicação de comportamentos de risco, impõe-se minimizar o dano causado por eles. Por exemplo, previne-se o risco de acidentes quando se recomenda que não se dirija depois de ingerir bebidas alcoólicas. Médicos evitam a morte quando aceitam tratar uma mulher que se submeteu a um aborto em condições precárias. Não se trata de aprovar o aborto ilegal, mas de evitar o mal maior. No caso do ecstasy, a RD reconhece que seu uso existe, comporta riscos e precisa ser entendido no contexto das variáveis que o determinam.

Para entender esse contexto, vimos realizando vários levantamentos. Observando a tendência crescente de consumo de ecstasy, não quisemos ficar encerrados no conforto de uma pesquisa que não levasse à ação. Foi o que motivou a elaboração do projeto “Baladaboa”, ora alvo de discussões na mídia, que questiona a validade do financiamento público que lhe foi destinado.

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Leia o texto completo
ECSTASY: VALE A PENA INVESTIR NA REDUÇÃO DE DANOS
no Blog do Projeto Baladaboa, disponível em: http://baladaboa.blogspot.com/

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