Balanço da Representação Discente da Pós-Graduação do IPUSP
Gestão 2007
1) Identificação:
a) Nome completo: Daniela Silveira Rozados da Silva
b) Contato (e-mail, telefone etc.): daniela_rozados@yahoo.com.br
c) Órgão Colegiado no qual atua: Coordenação do Programa de Pós-Graduação de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano (CPP-PSA)
d) Titular ou suplente: Titular
2) Perguntas sobre a atuação como Representante Discente (RD)[1]:
a) Em que atividades (reunião de colegiado, de aluno etc.) você
atuou como RD?
Nas reuniões da Coordenação do Programa de Pós-Graduação de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano (CPP-PSA), colegiado que participo, e nas reuniões de alunos de pós-graduação.
b) Quais são as tarefas e atribuições de seu colegiado no Instituto?
A CPP funciona como uma primeira instância de todas as decisões da vida da pós do departamento (no caso, o PSA), no que se refere a discentes e docentes. De modo geral, todas as decisões que dizem respeito à pós-graduação do departamento passam por ali, antes de serem encaminhadas para a instância superior, que é a Comissão de Pós-Graduação (CPG). Toda a organização da vida na pós, em relação aos discentes e docentes, passam primeiro pela reunião da CPP, desde o momento que o aluno ingressa na pós até a sua defesa: são decididos os critérios de seleção dos alunos para o departamento, como serão as provas, quais serão as bancas de entrevista, critérios de classificação dos alunos, etc (os departamentos são independentes no que diz respeito ao modo como organizam seu processo seletivo de alunos para a pós). Todas as solicitações de alunos, como por exemplo o trancamento de matrícula – esse é o único procedimento que também precisa passar pela reitoria, após ser aprovado na CPG -, aprovação de bancas de qualificação e defesa, pedidos de financiamento específicos, pedidos e renovações de bolsa, transferência de orientador, prorrogação de prazos, etc passam primeiro pela reunião da CPP. Assim também as decisões envolvendo os docentes, como por exemplo o credenciamento e recredenciamento de orientadores, verificação de propostas de disciplinas, atualização de disciplinas, aprovação de verbas específicas, etc. Também ocorre o relato sobre o que aconteceu nas reuniões da CPG.
c) Qual é a periodicidade das reuniões dessa comissão ou
colegiado em que atua e como é a organização dessas reuniões?
Duas vezes por mês.
d) Você recebeu comunicados prévios sobre o agendamento das
reuniões do colegiado em que atuou? Recebeu antecipadamente ou na
própria reunião a pauta a ser discutida? Foi convocado para todas as
reuniões, inclusive as extraordinárias?
Sim, recebi o agendamento das reuniões para o ano de 2007 antecipadamente, no início do ano, bem como as pautas de todas as reuniões. Fui convocada para todas as reuniões, inclusive as extraordinárias.
e) Qual é a receptividade da comissão em relação a sua presença
e a suas sugestões feitas nas reuniões?
Bastante receptiva e respeitosa.
f) A partir de sua participação no respectivo colegiado, o
que você acha digno de nota para ser comunicado aos alunos de
Pós-Graduação?
A CPP tenta funcionar como um articulador de todo o departamento e de sua proposta de programa de pós-graduação. Algumas medidas estão em andamento para otimizar essa comunicação entre CPP e docentes e discentes, como por exemplo, a elaboração do site do Programa de Pós Graduação em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano, no endereço http://www.ip.usp.br/posp/psa/, que reúne informações essenciais e está bastante completo. Também estão sendo elaborados alguns outros documentos no sentido de orientar e esclarecer ao público algumas questões que são temas de discussões recorrentes nas reuniões da CPP, e também para aproveitar e disponibilizar os frutos delas. Destacam-se aqui dois, um deles intitulado preliminarmente de “A CPP e o dinheiro”, que visa elaborar um conjunto de diretrizes para orientar a CPP na questão da distribuição da verba para discentes e docentes. Visto que nem sempre é possível contemplar a todos os pedidos por escassez de verba, torna-se imperativa a questão de como democratizar o acesso a esses recursos. Outro documento que está sendo elaborado é sobre a questão das bancas de qualificação e defesa de mestrado e doutorado. Dois temas se destacam: os títulos escolhidos para as dissertações e teses; e a composição dos membros da banca. A idéia é que a escolha envolvendo os títulos e os membros da banca relacionem-se minimamente com as linhas de pesquisa do departamento, o que nem sempre acontece.
O relatório Capes também foi tema de preocupação esse ano, com um esforço acentuado do programa em melhorar sua nota. No entanto, apesar dos esforços, o programa não conseguiu aumenta-la (mesmo tendo havido melhoras significativas em vários quesitos). Independente da concordância em relação aos critérios de avaliação, os programas de pós de modo geral têm sido cobrados cada vez mais para adequarem-se às exigências colocadas pela Capes. Como conseqüência direta, eles têm sido cada vez menos tolerantes com a prorrogação dos prazos de mestrado e doutorado, e têm cobrado a observância das datas por parte de alunos e orientadores. Este é um dos itens mais mal avaliados do relatório no PSA, já que a média do tempo de titulação na USP é considerada alta em relação a outros programas de pós-graduação do país.
Também é interessante notar que uma reclamação constante por parte da CPP e da secretaria em relação aos alunos é a dificuldade de comunicação, no que se refere às solicitações de informações dos alunos, que raramente respondem. O problema se agrava ainda mais quando os alunos defendem (os dados dos egressos também entram no relatório). Na maior parte das vezes esses dados são essenciais na elaboração de relatórios que o departamento precisa responder.
O cumprimento dos prazos também é outro item a ser citado, não só da defesa da dissertação ou tese, mas também por exemplo no pedido de verba PROAP para congressos (tem que ser pedido com no mínimo um mês de antecedência, obrigatoriamente).
g) Qual é o prognóstico de temas a serem discutidos pelo(a) RD
do próximo mandato no colegiado em que atua?
A questão do relatório Capes deve continuar a ser um tema presente, já que a avaliação dos programas está bastante intensa atualmente, além das tarefas que comumente ocupam a pauta da CPP, conforme descrito no item b) .
h) Quais temas trabalhados pelo seu colegiado que poderiam
constituir propostas para a melhoria da Pós-Graduação do Instituto
de Psicologia?
A discussão de alguns temas referentes à seleção, como por exemplo a obrigatoriedade do exame de inglês (que poderia ser apenas classificatório), pode ser um tema mais intensamente trabalhado (visto que já foi um pouco discutido ao longo desse ano).
i) Quais seriam as suas sugestões para a melhoria da
organização dos RDs e dos alunos de pós?
Acho que um dos maiores problemas que lidamos é derivado de uma característica que marca a pós-graduação, que é seu caráter dispersivo, sem um espaço-tempo para compartilharmos enquanto grupo como acontecia na época da graduação.
No entanto, invés de lamentarmos continuamente essa configuração, penso que devemos tentar, a partir dela, organizarmos-nos do melhor modo possível. Acho que devemos focar bastante esforço no sentido de tentarmos criar uma tradição de representação discente na pós-graduação e de recuperar o que já foi feito, para não ficar sempre “reinventando a roda” a cada nova gestão de RDs. Somos um grupo fragmentado sim, mas creio que não só por mero desinteresse dos alunos de pós, mas também devido a uma característica constitutiva desse grupo.
Para a próxima gestão, seria interessante a elaboração e delineamento do que entendemos por nossas tarefas e atribuições, para aos poucos podermos constituir um projeto coletivo. Não que isso já não tenha sido feito de alguma forma, é óbvio, mas é importante tentar reunir o que já foi feito de bom nessa fragmentação toda e elaborar registros da atuação dos RDs e das discussões feitas pelos alunos de pós, para que não se perca nossa história, e também para constituir uma referência importante para futuros alunos de pós e RDs.
Outra questão que têm preocupado bastante, como é possível constatar pela temática tratada no egrupo que os alunos da pós mantêm para se comunicar virtualmente (pospsicousp@yahoogrupos.com.br), é a falta de perspectiva profissional que assombra os alunos de pós-graduação. A condição atual do aluno de pós-graduação é bastante delicada: por um lado, a exigência que pesa sobre nós é grande, requerendo um investimento maciço de tempo e dedicação integral à pesquisa. O número de bolsas é escasso, o volume de trabalho, que já era bastante extenso, tem se intensificado com a crescente exigência das agências financiadoras de pesquisa e, por sua vez, os próprios departamentos, que repassam as cobranças aos discentes (e aos docentes também, claro). O problema é que a contrapartida a essa exigência toda raramente se dá na mesma proporção: há escassez de vagas para docentes nas faculdades particulares e públicas, e quando elas existem, no caso das particulares, os docentes geralmente são submetidos a uma intensa carga de trabalho, salários baixos e incompatíveis com sua formação (que, aliás, muitos omitem para tentar manter seus empregos) e um clima de constante ameaça de demissão, para conter verbas.
Diante dessa situação precária de trabalho, o pós-graduando fica numa situação delicada, onde é exigido que ele se comprometa integralmente com a pesquisa, na maioria das vezes sem prover condições para que essa dedicação seja, no mínimo, possível e reconhecida de alguma forma. Essa situação toda gera muita angústia no aluno de pós, com muitas atribuições e cobranças, e com uma perspectiva de baixo retorno a todo o pesado investimento e comprometimento com a pesquisa. Algumas sugestões interessantes foram colocadas na lista, entre elas cito aqui uma que me chamou a atenção, colocada por nosso colega do PST e representante discente da CPP-PST, Domenico Hur, que é pensar na questão da precarização do trabalho nas faculdades privadas como um dos pontos da plataforma política da próxima gestão de RDs, que pode se dar na forma da elaboração de eventos que promovam a discussão coletiva, e, possivelmente, uma maior mobilização e articulação política entre alunos de pós e sindicatos (dos psicólogos, professores). Não que isso proverá uma solução mágica para a questão, mas nos organizarmos em torno de um projeto coletivo do que seria a pesquisa e docência no mínimo pode constituir um espaço para pensarmos conjuntamente em possíveis estratégias de resistência.
Quanto aos alunos de pós, há uma apatia generalizada em relação a muitos dos temas trazidos pelos RDs, e a mobilização é muito difícil.
j) Qual você acredita ser o papel do(a) RD em colegiados ou
comissões do Ipusp?
De modo geral, a função do representante discente é acompanhar as atividades do colegiado ou comissão da qual participa e trazer o ponto de vista dos alunos sobre as questões que são tratadas, e também deve informar a estes sobre os temas relevantes que são decididos. Mas uma clareza maior de seu papel deveria vir de um debate, acho que é algo ainda a ser construído coletivamente. É uma tarefa que inevitavelmente envolve muita burocracia no dia-a-dia, porém, como fazer uma gestão que não fique só em administrar crises e que envolva uma mobilização dos alunos e um projeto coletivo tanto do que deva ser a pós-graduação, e as atividades de pesquisa e docência no ensino superior ainda é algo que depende de mais discussões e de uma maior participação dos alunos.
k) Outros comentários: