domingo, 24 de junho de 2007

Resposta do Baladaboa aos questionamentos da imprensa e da Fapesp

Por:
Maria Teresa Araujo Silva, 67, professora titular de psicologia da USP
Stella Pereira de Almeida, 43, pós-doutoranda de psicologia na USP


Todos conhecemos o problema causado por drogas de abuso, legais ou ilegais. Os meios de comunicação mostram crescente e incessantemente como esse problema afeta o tecido social não só no Brasil como em várias outras partes do mundo. Diante desse quadro, pesquisadores da área se perguntam como contribuir para minorar esse grave panorama.

Existem várias respostas a essa questão, nenhuma delas satisfatória. Uma proposta, defendida por exemplo pela revista The Economist, é legalizar as drogas atualmente proibidas. Isso evitaria o contato do usuário com traficantes e obrigaria o controle farmacológico da substância. As experiências nesse sentido são poucas e inconclusivas. Há mais dados sobre outra proposta, a proibicionista, mas experiências como a Lei Seca nos Estados Unidos indicam a deficiência dessa estratégia, abandonada devido ao aumento da corrupção e da violência ligadas ao comércio ilegal.

A prevenção pelo amedrontamento consiste em transmitir informações parciais, exacerbando malefícios (“droga mata”) de modo dramático. Além de comprovadamente ineficaz, pois não leva à diminuição do consumo, esse modelo freqüentemente desmoraliza o agente de prevenção e prejudica futuras ações antidrogas. Ainda assim, é bastante utilizado no Brasil. Em nosso trabalho, que vem sendo considerado em certos veículos de comunicação como um incentivo ao uso de drogas, adotamos como estratégia preventiva a Redução de Danos (RD).

Apoiada pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria Nacional Antidrogas, a RD parte do princípio de que, quando impossível a erradicação de comportamentos de risco, impõe-se minimizar o dano causado por eles. Por exemplo, previne-se o risco de acidentes quando se recomenda que não se dirija depois de ingerir bebidas alcoólicas. Médicos evitam a morte quando aceitam tratar uma mulher que se submeteu a um aborto em condições precárias. Não se trata de aprovar o aborto ilegal, mas de evitar o mal maior. No caso do ecstasy, a RD reconhece que seu uso existe, comporta riscos e precisa ser entendido no contexto das variáveis que o determinam.

Para entender esse contexto, vimos realizando vários levantamentos. Observando a tendência crescente de consumo de ecstasy, não quisemos ficar encerrados no conforto de uma pesquisa que não levasse à ação. Foi o que motivou a elaboração do projeto “Baladaboa”, ora alvo de discussões na mídia, que questiona a validade do financiamento público que lhe foi destinado.

(....)

Leia o texto completo
ECSTASY: VALE A PENA INVESTIR NA REDUÇÃO DE DANOS
no Blog do Projeto Baladaboa, disponível em: http://baladaboa.blogspot.com/

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Perguntas sobre os Decretos para o debate com o professor Dalmo Dallari

Colegas da Pós-graduação,

Temos uma oportunidade ímpar para nos esclarecermos sobre o conteúdo e a instrumentalização dos Decretos Estaduais que podem estar comprometendo a autonomia universitária e transformando o Ensino Superior paulista em mais um equipamento estatatal a serviço do interesse eleitoreiro do governo e não a serviço do público.

Há controvérsias. Alguns consideram que os Decretos não ameaçam à universidade, principalmente o Decreto Declaratório nº 1, que jogaria uma pá de cal sobre os questionamentos. Porém, persistem dúvidas e mais dúvidas a respeito.

Uma idéia, então, é juntar essas dúvidas para levá-las ao debate com o professor Dallari, na próxima quarta-feira, dia 20, 15h, no Ipusp. Para colaborar, deixo as ligações e de alguns comentários de juristas a respeito. Além disso, tomo a iniciativa de já registrar algumas, abaixo, e peço aos colegas que registrem as suas, sugestões etc. nos comentários desta mensagem.

Decretos e discussões:

Perguntas:

  1. Dizer simplesmente que um Artigo do Decreto não se aplica às Universidades pode ser contestado se os outros Artigos permanecem inalterados? Por que o Decreto Declaratório pôde alterar a redação de alguns Artigos e não seguiu o mesmo procedimento com outros?
  2. Pode ser dada, posteriormente (quanto abaixar a poeira...) uma outra interpretação dos Decretos que anula o Decreto Declaratório?
  3. O Decreto Declaratório pode ser revogado a qualquer momento e a regulamentação voltar à condição anterior à sua edição? (Isso é uma característica do sistema de governo que permite se governar sem leis, que precisam ser devidamente debatidas e votadas no Poder Legislativo...)
  4. Como ficam as possíveis contradições nos Decretos, como dizer que eles não se aplicam às universidades públicas, mas manter Artigos que se referem às entidades vinculadas, entre as quais estão as universidades? O que prevalece?
  5. Num julgamento de legalidade, prevalece um Decreto Comum ou um Declaratório?
  6. Se se condidera inconstitucional ou ilegal o Decreto, como se faz para mover uma ação de inconstitucionalidade (Adin), quanto tempo levaria etc.?
  7. etc...

Vamos levantar mais perguntas para levar ao professor Dalmo Dallari!

Abs,

Jura - RD na Congregação

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Comunicado extra da RD de Pós, 13 de junho

Comunicado extra da RD de Pós-graduação do Ipusp, 13 de junho de 2007

rdposipusp2007@ yahoogrupos. com.br

1ª Assembléia Permanente do Ipusp

A Diretoria do Ipusp, em comunicado de 12/06, convida a todos os professores, com o convite estendido para estudantes e professores, para a 1ª Assembléia Permanente do Ipusp, a ser realizada no próximo dia 18/06 (segunda-feira), 14h, no Auditório do Bloco G. O propósito do evento é dar continuidade à discussão no IP sobre as reivindicações atuais dos docentes em relação à iminente Reforma Universitária (Os detalhes estão na mensagem da Diretoria, abaixo).

Foi suspenso o debate sobre a regulamentação dos cursos pagos no Ipusp, que seria realizado no dia 18/06, 14h, conforme o que foi divulgado na seção “Agenda de eventos e atividades” do Comunicado da RD de Pós-graduação do Ipusp, nº 04/2007.

Abaixo, seguem as cópias das mensagens da Diretoria sobre esses eventos, que foram enviadas aos membros da Congregação.


“Senhores Professores,

A pedido da Senhora Diretora, venho convidá-los a participar da 1ª. Assembléia
Permanente do IPUSP, aberta a funcionários e estudantes e informá-los de
propostas feitas na ultima Reunião da Congregação à propósito da continuidade
da discussão no IP das reivindicações atuais dos docentes em relação a Reforma
Universitária:

1)Realizar Assembléias permanentes no IPUSP, preferencialmente, nas terceiras
segundas-feiras de cada mês;
2)Definir cronograma dos temas de discussão;
3)Propor uma comissão para analisar o Estatuto atual;
4)Posicionar-se frente à questão de uma Comissão Estatuinte na USP.

Data: 18/06/2007
Horário: 14 h
Bloco G - Administração.

Dalva Paes
Assistente Técnica Acadêmica
dalpaes@usp.br


“Senhores professores

informo que a reunião da Congregação de 18/06/2007, foi adiada. Nova data será
apresentada para tratar dos cursos pagos.

Dalva Paes
Assistente Técnica Acadêmica
dalpaes@usp.br


Instrumentos de Comunicação dos Pós-graduandos do Ipusp

Blog de Pós-graduandos do Ipusp

Endereço da página: http://posipusp. blogspot. com/

Sugestões de textos para serem publicados: comunica.rdposipusp @yahoo.com. br

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O Comunicado da RD de Pós-graduação do Ipusp é um informativo quinzenal que reúne notícias sobre as atividades dos Representantes Discentes, dos órgãos colegiados do Ipusp e da vida acadêmica dos pós-graduandos.

Sugestões, críticas, apoios etc.: rdposipusp2007@ yahoogrupos. com.br.

Cancelar recebimento: enviar mensagem para comunica.rdposipusp @yahoo.com. br, com o seguinte assunto “NÃO QUERO RECEBER O COMUNICADO DA RD DO IPUSP”.


segunda-feira, 11 de junho de 2007

Comunicado da RD de Pós, nº 04/2007

Comunicado da RD de Pós-graduação do Ipusp
nº 04/2007, 12 de junho de 2007

rdposipusp2007@yahoogrupos.com.br


Situação da USP

Na segunda-feira, 11/06, a Assembléia da Adusp aprovou, entre outras deliberações, a criação de uma Assembléia Estatuinte soberana e democrática, a continuidade da campanha salarial e a suspensão da greve dos professores. Houve também Assembléia do Sintusp, no final da manhã, mas não foi possível apurar a contento qual foi a deliberação.

Os estudantes têm Assembléia marcada para terça-feira, 18h, na frente da Reitoria. Houve muitas queixas de estudantes uspianos sobre a inflexibilidade do movimento e da forma comprometida dos encaminhamentos; enquanto isso, vários movimentos sociais, culturais e políticos, nacionais e internacionais, emitem apoios e se inspiram na Ocupação para mobilizar as suas ações, como as ocupações de Universidades Federais por todo o Brasil. Grassam análises de toda ordem sobre a situação na USP, muitas delas podem ser encontrados pelas ligações (links) no nosso Blog da Pós.

No Ipusp, os professores retomam as atividades a partir de terça-feira, conforme a Assembléia da Adusp, e continuam monitorando os próximos eventos. Os estudantes da graduação têm Assembléia marcada para a terça-feira, 12/06, 9h. A Assembléia da semana passada foi considerada esvaziada pelo quorum pequeno presentes; por isso, foi adiada a deliberação sobre continuarem ou não em greve. A sugestão de alunos da Pós à Congregação, pode ser confirmado nos próximos dias um debate da comunidade do Ipusp com um jurista sobre os efeitos legais e instrumentais dos primeiros Decretos e do Decreto Declaratório do Governo Estadual.

Os assuntos dos Decretos, da Ocupação e da greve na USP têm sido prioritários dos encontros de alunos da pós-graduação. Apesar da dificuldade para reunir e manter mobilizados alguns alunos da pós, foram feitas discussões e propostas de ação sobre a situação da USP (ver, por exemplo, texto de Paulo Kohara, no Blog da Pós) e vários colegas têm participado das comissões de negociação da Ocupação com a Reitoria.

Notícias de RDs

No Blog da Pós, foram publicados textos de vários dos colegiados em que Representantes da Pós participam (CPG, CPP-PSA, CPP-PSE, Congregação, Comissão de Ética e Comissão da Biblioteca). É só conferir nos arquivos do Blog.

Em função da greve no Ipusp, quase todos os colegiados suspenderam as suas atividades e as decisões urgentes foram encaminhadas ad referendum.

A Congregação reuniu-se no último dia 04 de junho para discutir alguns pontos cotidianos, como decisões sobre bancas de exames de livre-docência e avaliação de prorrogação de contratos de professores (o resumo da reunião foi publicado no Blog da Pós, pelo respectivo RD). Mas, também discutiu assuntos relativos à situação da USP, que mobilizou a maior parte do tempo de reunião. Uma moção foi produzida na sessão e divulgada no dia 5, com o seguinte conteúdo:

A Congregação do Instituto de Psicologia, em reunião de 04 de junho de 2007, examinou o Decreto Declaratório n.l, de 30 de maio de 2007, e considerou que, embora este Decreto tenha trazido alterações relevantes em relação aos anteriores quanto à questão da autonomia universitária, ele não explicita uma proposta ampla para o ensino superior público e para a pesquisa no Estado de São Paulo e ainda contém itens que merecem discussão.

Esta Congregação apóia a proposta dos Reitores e do Presidente da FAPESP de criação de um Grupo de Trabalho composto por membros do Governo e por representantes legítimos da Comunidade Universitária que analise e proponha, no menor prazo possível, as necessárias modificações no Sistema de Ensino Superior, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo.

A Congregação ainda encaminhou para o dia 18 de junho (próxima segunda-feira) uma sessão extraordinária e aberta para ser apresentado e discutido o anteprojeto de regulamentação dos cursos pagos no Ipusp. Os alunos de pós-graduação estão convidados.

Recomendações para o uso da Lista de Comunicação da Pós do Ipusp

O uso da nossa Lista de Comunicação, vez por outra, evoca meta-discussões sobre a pertinência de determinados conteúdos ou sobre quantidade de mensagens veiculadas. Comunicar é, sobretudo, uma forma de nos relacionarmos. Atualmente, essa lista é restrita a mais de trezentos associados e o envio das mensagens é livre, sem intervenção dos moderadores.

Mesmo sem a pretensão de esgotar a potencial reflexão que pode ser feita a respeito de nossa relação por meio da comunicação a distância, aqui vão algumas recomendações sobre o envio e recebimento de mensagens:

  • Para quem é associado da lista e cadastrado no Yahoo!Grupos:
    • Pode escolher pessoalmente receber mensagens individuais, resumos diários ou ver somente na página da Lista de Pós-graduação;
    • Ao responder uma mensagem pela página da Lista de Comunicação, pode escolher o destinatário (a lista toda ou só ao remetente);
  • Para quem é associado da lista e não é cadastrado no Yahoo!Grupos:
    • Pode enviar e receber mensagens de todos os associados;
    • Pode solicitar que sua forma de recebimento seja alterada de individual para resumos diários. Enviar pedido para os moderadores da lista: pospsicousp-owner@yahoogrupos.com.br
  • Para qualquer associado da Lista:
    • Pode solicitar o cancelamento automático da associação. Enviar pedido para: pospsicousp-unsubscribe@yahoogrupos.com.br

Para o conhecimento e a reflexão dos colegas da pós-graduação, segue uma tabela com o histórico das quantidades de mensagens comunicadas, por mês, desde 2003:


jan

fev

mar

abr

mai

jun

jul

ago

set

out

nov

dez

2007

6

44

27

40

117

60*







2006

15

31

12

84

30

27

13

12

29

43

111

26

2005

2


14

100

32

13


13

10

67

79

4

2004



1


1



11

2

2

3


2003



7

27

20

3


16

14

25

6

2

* mês em andamento

Agenda de eventos e atividades:
[sugestões: comunica.rdposipusp@yahoo.com.br]

Mobilização de greve no Ipusp e na USP (11 a 15 de junho):
(Fonte: Comissão de Comunicação dos Estudantes da Graduação)

  • terça (12/06), 9h: Assembléia de Estudantes; tema: continuidade da greve de alunos.

Ocupação é formação – ciclo de debates Cultura de Greve (11 a 15 de junho):
(Todos os eventos acontecem no Auditório do Conselho Universitário da USP, exceto o Ato na SES. Mais informações disponíveis em: http://finetanks.com/eventos/culturadegreve/)

  • segunda (11/06),
    • às 14h30, Ruy Braga (Sociologia - FFLCH-USP): "O retorno da crítica social: Sociologias públicas e engajamento";
    • às 19h, Sean Purdy (História - FFLCH-USP): "Verões de liberdade: o movimento por direitos civis nos Estados Unidos, 1940s-1970s".
  • terça (12/06), às 14h30, Ulpiano Bezerra de Meneses (Históra - FFLCH-USP): "Os paradoxos da memória: a amnésia social".
  • quarta (13/06), às 19h,
    • exibição do. vídeo: "Ajuste" (57 minutos, DVD), direção: Daniel Veloso / Marcelo Berg / Robert Cabanes / Zé César Magalhães.
    • mesa-redonda: Paulo Arantes (Filosofia - FFLCH-USP), Luiz Renato Martins (Artes Plásticas - CAP-ECA).
  • quinta (14/06),
    • às 14h30, Maria Elisa Cevasco (Letras Modernas - FFLCH-USP): "A função da crítica cultural";
    • às 19h, Samba, Prosa e Poesia: a produção de conhecimento na periferia. Com Cooperifa (Cooperativa de Poetas da Periferia), Projeto Nosso Samba, Projeto Samba Autêntico, Rappin Hood, Rinaldo Teixeira, Samba da Vela (seguido de sarau das 21h às 23h).
  • sexta (15/06): ato público na Secretaria do Ensino Superior.

Eventos acadêmicos e científicos:

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O Comunicado da RD de Pós-graduação do Ipusp é um informativo quinzenal que reúne notícias sobre as atividades dos Representantes Discentes, dos órgãos colegiados do Ipusp e da vida acadêmica dos pós-graduandos.
Sugestões, críticas, apoios etc.:
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quarta-feira, 6 de junho de 2007

O que a pós do Ipusp tem a ver com a greve na USP e com a autonomia universitária?

Na última reunião da pós-graduação (28/05), os alunos presentes decidiram por posicionar-se diante das questões levantadas pela ocupação da Reitoria da USP, de maneira a construir uma posição crítica e ativa não só a respeito da ação da ocupação (o que resultou na moção de apoio que está no blog da pós), mas também sobre as questões suscitadas por este movimento, que ultrapassam a discussão ocupação/desocupação.
A confecção de um documento um mais extenso e detalhado acerca de nossa posição
diante da situação política que estamos passando, refere-se a uma contribuição possível de alunos da pós-graduação do IPUSP interessados em estender o espaço de ação política construído pela ocupação da reitoria para os demais espaços da Universidade e da sociedade. Para esta segunda procurei, ao invés de já esboçar o documento – o que nos prenderia muito em detalhes ou seria totalmente deixado de lado –, estruturar um organizador para situar os colegas que não puderam estar presentes e nos orientar na nova discussão. Baseado na conversa da semana passada, é possível organizar a discussão em três tópicos que, a princípio, podem ser explorados neste documento:

1) Os efeitos dos decretos e da política estadual sobre a Universidade e a
Pós-Graduação: questiona-se aqui a inconstitucionalidade destes decretos (o Artigo 207 da Constituição diz que “As universidades gozam de autonomia didático científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão”) quanto ao ferimento da autonomia Universitária. Existe uma discussão já avançada em outros espaços sobre as implicações dos Decretos para o funcionamento da Universidade que talvez não caiba reproduzir aqui, mas certamente cabe nos posicionarmos como alunos/pesquisadores na área de Psicologia diante de Decretos que afetam em diversos níveis, direta e indiretamente, nossa atuação – e dentro desta perspectiva, cabe também, na medida do possível, olharmos para alguns outros fatores levantados por esta greve como a organização da Universidade e a política governamental que vem sendo praticada em relação às Universidades e a pesquisa.

2) O repúdio ao uso da violência na Universidade: a ameaça da Tropa de Choque como maneira de resolução para o fim da ocupação, ou mesmo a possibilidade da resistência violenta por parte dos ocupadores foi visto como algo a ser duramente criticado. A violência, ou mesmo a ameaça de, como final de um impasse político dá sinais das relações estabelecidas entre Estado e sociedade. Ao mesmo tempo, a Universidade evidencia-se como lugar diferenciado, onde as regras violentas do Estado não atuam da mesma maneira como fora de seus muros (vide que a reintegração de posse por uso da força ainda não foi cumprida, quando em outras manifestações executa-se em questão de horas)

3) A possibilidade da construção do espaço público de mobilização dentro e fora da ocupação: um dos fortes elementos para manutenção da ocupação, além de suas reivindicações de pauta, é a possibilidade da construção coletiva e da ação política real vivida pelos ocupadores. A experiência da ocupação se mostra em si algo politicamente notório ao reunir muitas e diferentes pessoas, de diferentes lugares, para trabalhar e viver junto experiências em torno de uma realização política. Entretanto, levantou-se a discussão de que para que esta conquista política da construção coletiva viva, ela deve desocupar o espaço da Reitoria e poder seguir para uma ocupação da Universidade como um todo, de seu cotidiano e de seus espaços. Este tópico refere-se à possibilidade de pensarmos e talvez propormos, como se daria a multiplicação e a expansão desta conquista política, algo que talvez possa ser nossa principal contribuição.

Redação: Paulo Kohara

DEIXE SUA OPINIÃO NOS COMENTÁRIOS PARA COLABORAR COM A REFLEXÃO PRESENCIAL QUE CONTINUARÁ NO PRÓXIMO ENCONTRO DE PÓS-GRANDUANDOS, NA SEGUNDA-FEIRA, 11/06, 12h, NO IPUSP.

terça-feira, 5 de junho de 2007

Artigo de pós-graduanda do Ipusp sobre a autonomia universitária no Observatório da Imprensa

AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA
Relações de desigualdade e heterogeneidade

Por Gisele Toassa em 5/6/2007

Faz 11 anos que me vinculo à USP e à UNESP, agora como aluna de doutorado do Instituto de Psicologia (USP). Nesta última década, constatei duas grandes evidências nestas instituições: sua desigualdade e heterogeneidade. A imprensa não as tem explorado suficientemente e o meio mais direto de abordá-las, no curto espaço deste texto, é recorrendo à singularidade da memória.

Em 2000, enquanto na minha turma unespiana de Psicologia apenas uma colega foi contemplada com bolsa de iniciação científica (não obstante os interessados fossem muitos), na turma de Fonoaudiologia-USP 11 garotas recebiam algum tipo de auxílio às suas pesquisas. Isso porque o curso de Fono liga-se, direta ou indiretamente, às unidades de atendimento do chamado Centrinho (Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais), um importante centro de pesquisa e tratamento com 65.789 pacientes matriculados até dezembro 2005.

Neste ambiente, havia um ritmo louco de estágios (na época, 13 ao todo), muitas verbas, punhados de aprimorandos e mestrandos trabalhando de graça ou quase, relações pessoais pautadas pela competição, hierarquia rígida e modelo quase-empresarial. À primeira vista, um modelo de "gestão", como querem os epígonos do neoliberalismo. Mas há que se refletir sobre tais critérios de qualidade.

(...)

Leia o texto completo da nossa colega pós-graduanda do Ipusp na página do Observatório da Imprensa: http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=436DAC001

Ata da reunião dos pós-graduandos, 04/05

Nesta última segunda-feira, 04/06, das 12h às 14h, houve reunião dos estudantes da pós, com presença de aproximadamente 12 pessoas (não passamos lista de presença). A reunião aconteceu entre o bloco B e a biblioteca, na tentativa de tomar um sol para espantar o frio.
Os presentes começaram por decidir focar a discussão na greve, que se tratava de um assunto mais urgente que outros naquele momento. A discussão não resultaria em nenhum posicionamento dos alunos da pós-graduação da Psico, mas sim em algo que o grupo que vem se reunindo às segundas-feiras produziria. Poderia ser um posicionamento sobre os decretos declaratórios. Poderia ser um posicionamento para o Joari levar à reunião da Congregação na condição de RD. Foi sugerida e incentivada a participação dos estudantes da pós nas reuniões e assembléias de estudantes, tanto da Psico como da USP.


Joari e Débora teceram comentários sobre os decretos declaratórios do governador Serra. Débora apontou a importância de sabermos que os decretos declaratórios não asseguram a autonomia da universidade. Alguns artigos do decreto declaratório modificam itens dos decretos originais. Outros afirmam que alguns itens dos decretos originais não valem para as universidades estaduais paulistas. Há ainda algumas incoerências, como apontar a Secretaria de Ensino Superior responsável pelas universidades particulares do estado – estas respondem ao MEC.

Domênico, que havia chegado atrasado, perguntou então qual era o objetivo daquela reunião, ou seja, qual era a pauta específica. O grupo retornou à discussão sobre o que faria naquele momento. Chegou-se, com muita dificuldade, ao consenso que a reunião servia para ajudar o Joari a levar uma posição à Congregação, na condição de RD. O grupo também tirou encaminhamentos para a próxima reunião de estudantes da pós (próxima segunda, 11/06, 12h), sendo estes: procurar participar das reuniões e assembléias da Psico e da USP; ler os decretos e os decretos declaratórios, bem como a pauta de reivindicações da greve, com um olhar mais voltado para as questões da pós-graduação. Também tirou-se como encaminhamento que sejam convidados juristas que possam esclarecer à Congregação e aos estudantes da Psico a validade e a constitucionalidade dos decretos.

Redação: Guilherme

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Congregação de 04/junho: resumo

350ª Congregação, 04/06/2007

Resumo do Representante Discente da Pós-graduação:


Expediente (comunicados):

  1. Resultado da eleição para delegados dos Professores Titulares do Ipusp no CO:

  • Titular: Eda Terezinha de Oliveira Tassara;

  • Suplente: Edwiges Ferreira de Mattos Silvares.

  1. Segunda-fase das eleições na Reitoria:

  • Delegado: Joaquim José de Camargo Engler;

  • Suplente: Francisco Antônio Rocco Lahr.

  1. Resultado da eleição de Representantes Discentes da Pós-graduação para a CPP-PSC:

  • Titular: Débora Chammas;

  • Suplente: Natasha Frias Nahim Bazhini.

  1. Sentença expedida pela Justiça para ser confeccionado Diploma de um sem ressalva ou menção a processo em andamento: encaminhamento aguardará retomada das atividades da Reitoria.

  2. Projeto integração, desenvolvimento e promoção das unidades da área de saúde da Saúde.

  3. Novos cargos docentes, conforme Lei Complementar 1.009, de 21/05/2007: extintos aproximadamente 1.400 cargos de Professor com nível de mestrado (Assistente) e criação de aproximadamente 1.900 para Professores com nível de doutor.

  4. Planos de Metas: Reitoria solicitou esclarecimentos sobre itens prioritários.

  5. Visita à Clínica Civil de Ribeirão Preto: Em função de buscar soluções para conciliação de determinados tipos de regime de trabalho docente, à convite da CERT (?), grupo de professores do Ipusp visitou esse modelo de instituição, que é inspirada em modelo de San Diego (EUA).

  6. Equipamentos de projetor de vídeo no Ipusp: Número reduzido de equipamentos para atender à crescente demanda. No Bloco B, há três disponíveis. Ao todo, são quatorze no patrimônio do Ipusp, alguns fixos em salas específicas. Sugestão de os docentes responsáveis pelos equipamentos – comumente aqueles cujas pesquisas receberam-nos por conta de Reserva Técnica de pesquisa - disporem-nos para o Ipusp.

  7. Situação atual no campus – posição do Ipusp:

  • se caberia ainda emitir alguma opinião sobre os Decretos, sobre a greve ou a Ocupação da Reitoria;

  • Informativo da Reitoria “Em Cima do Fato”, de 31/05/2007: apesar de não ter sido deliberado pela maioria, apresenta apenas um viés da posição de dirigentes da USP (Presidentes dos Colegiados Centrais, Reitoria e Direção da Unidades) quanto a um esclarecimento cabal proporcionado pelo Decreto Declaratório nº 1. Não são divulgados os questionamentos nem as propostas de pedido de revogação em relação aos Decretos, além das ponderações sobre revisão das relações de poder na USP.

  • Expectativa da Reitora para receber posição do Ipusp a respeito da invasão da Reitoria.


Ordem do Dia (decisões):

  1. Situação da USP frente aos Decretos:

  • considera-se pertinente emitir um posicionamento;

  • estudar melhor forma para proposição de uma Estatuínte;

  • promoção de evento com juristas (indicação de Dalmo Dallari e outro a definir) convidados pela Congregação para discutir o conteúdo dos Decretos, as funções desses instrumentos e sustentar a decisão sobre esses documentos do Estado.

  • redação de uma Moção que, em síntese, demonstra a insatisfação com o caráter vago do Decreto Declaratório e o apoio ao Grupo de Trabalho composto por USP, Unesp, Unicamp, Fapesp, com membros legítimos dos vários segmentos que as compõem, e membros do Governo Estadual. Será comunicada a toda a comunidade do Ipusp.

  1. Prestação de contas do Cursinho: não discutido.

  2. Conclusão das discussões da Comissão sobre as novas regras de uso da Reserva Técnica da Fapesp (projetos institucionais): não discutido.

  3. Composição da Comissão Julgadora do Concurso de Livre-docente do candidato Christian Dunker: aprovada por unanimidade.

  4. Convênio entre Universidade de Fribourg (Suíça) e USP: aprovado por unanimidade;

  5. Relatório de atividades docentes em RTC do interessado Avelino Luiz Rodrigues (prorrogação por dois anos): aprovado por unanimidade.

  6. Contrato docente referente ao estágio-probatório em RTC da interessada Kayoko Yamamoto (prorrogação por um ano): aprovado por unanimidade;

  7. Ante-projeto dos cursos pagos: adiado para sessão extraordinária e aberta da Congregação, possivelmente será sessão aberta, no dia 18 de junho (a confirmar).

Comissão de Biblioteca

Principais preocupações e intenções da comissão: aproximar a biblioteca da comunidade e envolver os usuários nas atividades ligadas à mesma. Incentivar a pesquisa e aproximar o usuário das publicações contidas nas bases de dados virtuais, já que as publicações de periódicos em papel tenderão a diminuir cada vez mais. Há uma importante tarefa este ano que será rever a assinatura de alguns periódicos, devido a questões orçamentárias. Essa é uma tarefa delicada, que será realizada ao longo do ano e deverá envolver a comunidade como um todo. Aproveitamos este espaço para lembrar sobre a importância da conservação do nosso precioso acervo. O material da biblioteca é de todos nós, mas parece que há pessoas que insistem em rasurar e danificar as publicações. Isso vale também para o prazo de devolução do material emprestado. As regras para empréstimo serão atualizadas e publicadas no site da Biblioteca, incluindo a renovação de material por e-mail (sid@usp.br) por, no máximo, três vezes.

Ana Carolina Faria (RD) - acfaria@gmail.com
Adriana Salvitti (Suplente) - drisalvitti@hotmail.com

CPP-PSE: andamento

Olá a todos,
a única coisa que posso falar da CPP do PSE é que não há nada para falar.
Não há reuniões, ao menos não fui informada se houve alguma. A secretária do
PSE e a prof. Martha Hubner, chefe da comissão, ficaram de me avisar ou
informar sobre algo, mas nunca o fizeram. Parece-me que as coisas são
resolvidas pontualmente pela Martha e imagino que por e-mail entre os
professores quando o assunto é mais urgente. Sinto-me inexistente. Quanto à
comissão de bolsas, que é uma parte da CPP, não há assuntos em pauta. O
critério de distribuição foi discutido há algum tempo e tem sido cumprido
normalmente. Acabo sendo informada acerca de algum novo pedido ou de alguma
dúvida da comissão, mas no geral não há reunião.
Abraço a todos,
Adriana.