Olá a todos!
Aí vai um relato sobre o debate dos diretoráveis de
ontem. Anotei as falas e aí vão elas, para que cada um
possa formar sua opinião.
Logo mais teremos que fazer uma enquete e tirar um
nome, então vale a pena dar uma olhada.
Como ficou meio grande e imagino que nem todos tenham
tempo e/ou paciência para ler tudo eu queria ter
colocado algumas frases em negrito, mas não sei fazer
isso no e-mail. Vai em anexo para os que preferirem.
Até mais, Mari.
Cada um dos candidatos tinha 20min para apresentar
alguma postura de mandato e algumas respostas às
perguntas do debate do ano passado. Cesar Ades sorteou
a ordem dos que iriam falar.
Emma começou dando boas vindas aos calouros e
lembrando de sua época de entrada e formação na USP,
assim como as dos colegas ali na mesa: como todos
tendo uma história naquele Instituto ao qual pleiteiam
a diretoria.
Enquanto ela falava foram distribuidas pequenas
apostilas formuladas por ela para apresentar seu modo
de entender a diretoria e respondendo a questões do
debate anterior.
Continuou falando de como desde que foi definida sua
candidatura, ela começou a conversar com alunos,
funcionários e professores. Conversas que indicam seu
método de gestão: não ceder à impulsividade, mas
debater em conjunto e informar a todos das questões.
Ponderação e debate. Quer que o IP seja modelo de
qualidade de ensino, pesquisa e extensão. E acredita
na importância da pluralidade de opiniões para isso.
Além disso, tem uma visão não autoritária e também não
laisse-faire, mas de participação.
Comentou sobre a possibilidade de abrirem um curso
vespertino-noturno já que é uma reivindicação dos
alunos, que ainda precisa ser avaliada. E também da
mudança de CPPs para CCPs (algo que os RDs poderiam
explicar melhor).Ela acredita que é uma mudança boa
por dar mais poder às CCPs, mas é algo que pode
enfraquecer a CPG, o que poderia trazer problemas.
Quis comentar dois pontos de seu programa (apostila)
que se referiam a recursos financeiros e suporte ao
professores. Quanto ao primeiro fala de conseguirem um
adicional por produção e por atividade de extensão do
Instituto (como CAP). De uma reorientação do perfil da
graduação, acompanhando um movimento maior, de tirar o
foco na doença e passar para a prevenção, a saúde.
Fala também de ampliar projetos para melhorar
condições de trabalho e de aprendizagem aos alunos.
Quanto ao segundo ponto, pensou em boletim de
resenhas, que seriam feitas pelos alunos de graduação
e de pós (contando créditos) sobre as dissertações e
teses defendidas no IP, que seria divulgado pelo CRP,
em parceria. Além disso pensou numa editora para o
Instituto, IPED, para incentivar publicações,
inclusive internacionais. Falou por último que os
cursos de capacitação, como os dados pela biblioteca
(Dedalus), poderiam valer crédito e serem ampliados.
Maria Inês foi a segunda a se apresentar. Iniciou
falando que estranha o debate ser realizado antes dos
alunos chegarem, já que as aulas só começam dia 25.
Manifesta seu incômodo pela apostila distribuída, já
que não sabia que era algo permitido e ela não teria a
chance de responder a todas as questões levantadas no
último debate. Manifesta também seu mal-estar em
relação à saída da sala da Maria Helena Patto, no
momento em que a fala foi cedida a ela. Diz que isso
vem acontecendo e cria incômodo.
Fala que a apostila da Emma apresenta um caráter
executivo de gestão como diretora que não é o que ela
pode oferecer e não é sua expectativa. Sua preocupação
maior é com a política, a dinâmica do instituto.
Seus princípios gerais para direção são: melhorar
condições de trabalho e atendimento.
Pensa o CAP (centro de atendimento psicológico) como
um lugar de fronteira, que pode ampliar a formação do
aluno. Acredita que atualmente se atende uma demanda
formal que chega ao centro, mas há uma informal que
não é devidamente notada – se refere a outras
presenças, crianças, adultos, cachorros, que rodam
pelo IP. Acha que é preciso desvincular a clínica
escola de um serviço.
Sobre a biblioteca, que também entende como lugar de
fronteira, pensa que pode ampliar seu trabalho
auxiliando atendimentos (não explica como).
E de maneira geral, acredita que precisamos ampliar o
conceito de psíquico, saindo de apenas teorias e
técnicas, procurando discutir mal-estar do mundo
moderno que afeta a todos. Diz que ficamos num já
instituído, mas que poderíamos ampliar o olhar.
Transformar o acadêmico em alvo de pesquisa constante,
do formal e do informal. Chama de “saúde social” algo
que precisamos olhar por estar cotidianamente em nossa
vista.
Sobre a mudança das comissões citadas pela Emma,
acredita que o papel político delas precisa ser
discutido, portanto deveriam ter mais poder e não
serem modificadas. Fala de cuidar melhor da
articulação das instâncias internas: estratégia de
grupos de trabalho; e das externas, que ao serem
fortalecidas ajudam no fortalecimento da graduação.
Leon começa falando do valor do debate, que sempre
fortalece por criar discussão, independentemente do
escolhido e coloca que vê a apostila da Emma como um
estilo diferente, que já tinha sido mostrado no debate
anterior (com outro escrito distribuído). Portanto não
se sente prejudicado.
Comenta boatos de continuidade de gestão da Maria
Helena. Diz que gosta dessa idéia por ter várias
pontos de concordância com a atual diretora. Mas
defende que isso não procede por conta de que todos
até hoje foram seguidos uns dos outros e por conta de
terem feito certas coisas, os seguintes podem a partir
daí fazer outras.
Comenta postura contra permissividade. Dá exemplos de
plágio em trabalhos de alunos, inclusive de doutorado,
a o que é contrário. Coloca que temos contratos com a
Universidade que precisam ser cumpridos até que sejam
discutidos e mudados se for o caso.
Se coloca em relação ao currículo novo como contrário.
Diz não gostar da nova configuração, que faz os alunos
sobreporem às aulas atividades extras. Gosta de
optativas, mas acredita que novo currículo apenas
facilita trabalho do professor (que dá aulas para
salas pequenas e mais interessadas) e não contribui
efetivamente para formação do aluno. Se coloca contra
curso noturno com esta estrutura curricular. Diz que
acredita, por sua posição teórica, que temos
possibilidade de eliminarmos a miséria. Se não o
fazemos é por impedimento político que leva a
retrocesso. Por exemplo área trabalhista, na qual o
trabalhador vem perdendo direitos. E currículo do IP.
Se coloca contra produtivismo. Que vê como
autoritarismo. Recebeu e-mail da Fapesp e do CNPQ
falando como os artigos científicos como mercadoria.
Portanto se coloca contra o autoritarismo e coloca que
também contra o laisse-faire. Acredita em discussão e
definição de caminhos.
Abriu-se então para perguntas.
A primeira foi sobre a falta de novas áreas em que a
psicologia atua que não estão contempladas no
currículo.
Emma diz que as discussões estão acontecendo e avanços
foram atingidos. O novo currículo rompe com o modelo
de sala de aula, segundo ela, e diz ser necessário
achar equilíbrio entre teoria e prática na formação.
Acha o novo currículo interessante para o que ele
queria, mas precisa de ajustes. Sugere que se
organizem seminários sobre os novos caminhos da
profissão, valendo créditos, para inserir novos campos
de atuação.
Maria Inês fala de sua surpresa com críticas ao novo
currículo após tanta discussão para sua elaboração.
Diz que há comissão permanente de avaliação que deve
ser atuante, pois ele precisa sim ser modificado.
Leon defende o processo de elaboração, mas não crê que
os alunos tenham condição de escolher tanto quanto é
exigido no novo currículo. O que causa esvaziamento
das aulas. Foi exigido autonomia sem condições.
Acredita que atualizações de cada professor em seu
campo de trabalho e pesquisa deve aparecer nas aulas.
E ressalta que as discussões para o currículo não
foram aprofundadas.
Outra pergunta foi sobre a fragmentação do instituto,
entre departamentos e mesmo dentro deles.
Emma coloca que vê cisão, mas vê conciliações também.
Acha que a comunicação pode melhorar mas não por uma
ordem de instância superior. Pensa em seminários e
reuniões em que todos possam participar e trocar e
fazer coisas juntos. Não acredita em novas divisões.
Maria Inês diz que ações estão se construindo. Coloca
que a direção pode agir sobre comissões, como a do
currículo, cobrando. Também não sabe o que se passou.
Mas o projeto foi coletivo e agora é necessário
fortalecer comissão e comunicação dentro do instituto.
Leon acha ser difícil modificar qualquer coisa. Diz
que as comissões estão aí, mas falta coletivos e
comunicação. Teriam professores que seriam melhor
alocados em departamento diferente e seria a favor de
mudanças. Conta que a comissão de avaliação do
currículo apareceu na CG e marcou conversas no fim do
ano.
É feito um comentário sobre a cisão que aparece nas
falas em relação ao político e o executivo que
incomoda, já que ambos deveriam funcionar
conjuntamente.
Emma concorda e coloca que o executivo é fundamental
para manutenção da qualidade da universidade e o apoio
científico.
Maria Inês concorda, mas acha que é importante ter
clareza dos princípios que nos fazem responder
executivamente. A quem queremos responder e a quais
princípios seguimos.
Leon coloca que realmente a relação entre teoria e
prática não é imediata. Que são exigências para
momentos diferentes e que têm alcances diferentes.
Fala do IP como um parlamento, que possui seus
moderadores.
Mais uma pergunta foi sobre a pressão em nome da
produtividade que tem atingido a graduação numa
fragmentação em sala de aula, quando o professor foca
o aluno que tem condições de ajudá-lo na pesquisa;
além de atingir o coletivo dos estudantes que se
dividem entre os pesquisadores e não pesquisadores; e
o próprio professor que desvia sua atenção do ensino.
Emma acredita ser este um ponto para pensar nas
comissões de currículo e graduação e que é um desafio
encontrar o ponto ótimo entre o básico e o
aprofundado.
Maria Inês concorda com a colocação da pergunta e diz
que é necessário fazer uma análise da situação. Que
começou febre de especialidades e residência, que
vendem o último ano do curso de formação para o aluno
se especializar em alguma área. Diz que a Iniciação
científica é nova como exigência e que deveriam
procurar desenvolver um laboratório em sala de aula e
não levar um ou dois para desenvolver o laboratório
fora. Defende um curso generalista e não com ênfase em
certo ponto.
Leon concorda com análise e articulação das
atividades. Coloca que cada uma precisa ter um fim e
que o maior é a formação, que deve ser generalista. O
CAP deve focar o atendido por exemplo. E deve haver
cuidado para não cair no produtivismo.
A penúltima pergunta foi sobre a gespública (que
parece ser um modelo de gestão que será apresentado)
que pensa o diretor como administrador. Se eles
enquanto diretores vão participar do grupo de
capacitação.
Emma diz ser uma pergunta pertinente e que sim, irá
participar. Mas ressalva que é um modelo japonês de
gestão e que são culturas muito diferentes. É preciso
usar o que há de bom no que eles trouxerem, mas não
só. Fala de mudanças no organograma do IP pois a
universidade criou novas demandas.
Maria Inês fala que enquanto ouvia a pergunta lhe
veio: “Meu Deus! Que horror” se coloca numa posição de
resistência, pois acredita que precisamos pensar nisso
e em como ser diretor sem perder sua característica de
professora e não virar uma administradora. Quer
manter o caráter acadêmico da faculdade.
Leon fala de caráter artesanal da universidade. Não
faz sentido produção pela produção. Um meio não pode
virar fim. Não se coloca totalmente como resistente
pois acha que pode haver pontos do gespública que
podem melhorar atendimento e formação, mas que isso
não pode atropelar a universidade em seu caráter
artesanal.
A última pergunta foi sobre a variedade de revistas
produzidas no IP, mas eu não consegui acompanhar.
Redação: Mariana Stucchi